sábado, 3 de dezembro de 2011

MOMENTO POESIA!

Temporal

Quando o inverno invadiu minha janela
Congelou a lágrima e resfriou o suspiro
De meu sono leve e meu sonho aflito
Por dormir neste leito feito de espera

Desperto, vaguei por entre os cômodos
Onde folhas secas inundavam o coração
E páginas molhadas revestiam o chão
Vindas de muitos diários.. e tantos outonos...

Por certo, não verei o verão
Os raios de sol esbarram no telhado
Sequer aquecem a  sala ao lado...
Deparam-se somente com a solidão!

Prossigo, então, em minha espera...
Em busca de ver novamente as cores
À espera do desabrochar das flores
Ansiosamente, aguardo a primavera!

domingo, 13 de novembro de 2011

Proseando...


Meu devaneio

Esta noite tive um sonho. Sonhei com ele novamente... Há tempos este cavaleiro habita meus sonhos. Costumava sentar na colina para observas as estrelas, sempre sozinha!  Ele, que é de um povoado distante, de alguma forma, sentiu a minha solidão e veio até mim montado em seu rubro corcel alado, simplesmente para me fazer companhia. Desde então ele vem, quase todas as noites, ficando ao meu lado, dividindo alguns segredos e muitos sorrisos... Ele passou a ser a minha alegria...

Por vezes, não via à hora de adormecer para encontrá-lo novamente. Ele passou a habitar também os dias em meus pensamentos.  Dormia tão ansiosa a fim de revê-lo... Entretanto, algumas noites ele não aparecia, mas eu compreendia que nem sempre é possível ter o mesmo sonho, e eu sabia que ele voltaria... Ele sempre voltava!

Havia, contudo, a armadura que ele vestia e que nunca tirava. Não conseguia vê-lo diretamente e, tampouco, tocá-lo. Mas, a cada sonho que passava, por mais que eu não visse seu rosto, eu o conhecia mais profundamente e, cada vez mais, queria que ele não partisse, queria que a noite durasse a eternidade ou que ele me levasse para alcançar as estrelas, a galope em seu corcel.

Certa noite, ele pegou minha mão, montou-me em seu cavalo alado e cavalgamos juntos. Abracei sua cintura, deitei em sua omoplata e, por alguns instantes, pude senti-lo, assim como pude sentir meu coração que também troteava.

Não sei bem o momento em que o amei. Apenas sei que o amo. Eu não o vejo, não o toco e mesmo assim o amo! Porque somente os olhos não bastam para ver o que ele é de verdade, e somente o tato é incapaz de senti-lo realmente. Porque ele é mais do que se percebe... E de todas as conversas que tivemos, de tudo que aprendi sobre quem ele é, além de olhá-lo, eu o admirava, mesmo sob sua armadura.

No entanto, matinha o meu segredo. Sabia que não podia lhe falar. Tinha tanto medo que partisse... Até porque eu sempre soube que sua verdadeira morada não era em mim. E, cedo ou tarde, ele regressaria para seu vilarejo e eu retornaria à minha colina.

Pensamentos confusos sobre esses assuntos rodavam a minha cabeça durante o dia. Por vezes queria arrumar um jeito de ele partir de vez, mas, na maioria das vezes, queria mesmo que ele permanecesse e, ao fim de cada dia, mesmo me recusando a aceitar, adormecia à sua espera...

Esta noite, entretanto, ele estava diferente. Tentou disfarçar arrancando sorrisos de mim, como sempre fazia com muita facilidade. Mas havia algo que precisava ser dito antes que eu acordasse. Foi quando, por fim, disse-me que não mais retornaria aos meus sonhos. Que fora chamado para proteger seu vilarejo que estava com problemas e necessitando de guarda. E mesmo que ele me quisesse por perto, sabia de sua obrigação para com seu povo e iria partir.

Eu sempre soube que isso poderia acontecer! Enquanto meus lábios sorriam e desejavam-lhe sorte, meu coração pranteava em silêncio... Algo que não era difícil para ele que já tanto havia se calado! Mas, em respeito ao meu coração contrito, disse ao meu cavaleiro onírico: “Não podes partir sem saber que eu te amo. E, por tanto te amar, deixo que sigas teu caminho desejando que sejas sempre feliz.”

Ele retribuiu minhas palavras com um leve sorriso, pegou minha mão e colocou algo disforme dentro dela. Disse que se tratava de um bilhete que havia escrito para mim e pediu que eu o lesse somente após sua partida. Montou em seu cavalo de fogo e seguiu para os céus, estaria agora em qualquer lugar fora de mim...

Apesar de ele ter sido apenas a companhia que meus sonhos solitários precisavam, e de nunca termos nos tocado de verdade, eu sei que o amo. E sei que ainda vou esperá-lo por algumas noites, mesmo sabendo que ele não retornará, até meu coração entender...

Pensando nisso, meus dedos relaxaram e abriram o bilhete. Li. Havia apenas uma frase curta que me fez sorrir! Ele sabia exatamente o que eu diria no momento de sua partida. No pequeno papel, já amassado por minha angústia, alguns segundos antes de acordar, li as três palavras que me diziam: “Amo-te também.”


domingo, 6 de novembro de 2011

MOMENTO POESIA!


À deriva

Acho que espero por você!
Porque meus olhos sorriem
E meu coração sai do ritmo
Quando você aparece...
E você nem sequer sabe
O quanto me faz bem!
Pois o ar que me falta
Ventila o meu corpo
E o frio que me percorre
Aquece todos os meus sentidos!
Você nem sequer sabe
O quanto espero...
O quanto quero...
Caber em seus braços
Aconchegar em seus suspiros
E sussurrar em seus lábios
Sigo sozinha, entretanto...
Navegando na intangibilidade!
Sem rumo neste mar,
Questiono-me a todo instante:
- Que caminho percorrer?
E mais do que deveria
Ou até do que gostaria
Acho que espero por você...

sábado, 29 de outubro de 2011

Mulheres Solteiras Procuram

Assisti ontem a peça teatral “Mulheres Solteiras Procuram” com o texto, a direção e a hilária interpretação de Pitty Webo, que divide o palco com o muito talentoso e extremamente lindo (essa é por minha conta!), Marco Antônio Gimenez.
De forma bastante cômica, a peça retrata as mais diversas situações que podem acontecer (acontecem!) na vida das mulheres solteiras em busca de felicidade e realização pessoal, principalmente no que diz respeito aos seus relacionamentos. O texto se divide em pequenas histórias onde os atores interpretam vários personagens, alguns estereótipos e muita comicidade.

Falando nisso, tinha visto, mais cedo, os atores em um jornal local prometendo risadas do início ao fim. E eles não estavam fazendo propaganda enganosa! Os esquetes retratados são extremamente hilários. A platéia não parava de rir. Juntando com as interpretações que misturam muitas caras e bocas e uma total entrosação com o texto, resulta em uma combinação perfeita para sucesso total!

Imagina quando as mulheres começam a contar as situações pelas quais já passaram em suas vidas? É de notório saber o quanto que o universo feminino é complicado! (Será? rsrs) O que os homens não sabem é como é difícil ser mulher nos dias de hoje: a constante busca pela independência pessoal, profissional e, porque não, sexual. E a peça mostra um pouco deste complexo universo através da perspectiva feminina e não teve quem não se familiarizasse com uma ou talvez duas (ou talvez todas) as situações expostas em cena.

Recomendadíssimo! Vale mesmo à pena prestigiar esse excelente trabalho que, tenho toda certeza, foi feito com todo primor para o público. E mais, não custa absolutamente nada passar quase duas horas admirando o belíssimo, tudo de bom, extremante lindo Marco Antônio... Refiro-me ao lindo trabalho, óbvio! E a Pitty, claro, que é talentosíssima, simpaticíssima e lindíssima! E mais, as muitas risadas estão garantidas, com toda certeza.

Só sinto não ter ficado mais tempo, ao fim do espetáculo, para parabenizá-los pessoalmente. Imaginem a minha tristeza de não ter dado parabéns ao excelente texto de Webo e ao maravilhoso, esplêndido, mega lindo trabalho (estou falando do trabalho! rsrs) de Gimenez...
 
Convido, então, quem não foi (e quem puder ir novamente), a ir ao Teatro das Bacabeiras, hoje (29/10) às 21h e amanhã (30/10) às 19h30, para assistir “Mulheres Solteiras Procuram”. Recomendo, ainda, que levem um dinheirinho extra porque, ao fim, Pitty está vendendo, a um preço bem acessível, e autografando seu livro homônimo à peça que conta todas as histórias encenadas e outras mais.  Excelente programa para este fim de semana!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ouça Legião Urbana no volume máximo!


No dia 11 de outubro de 1996 morre, vítima de complicações da AIDS, Renato Manfredini Júnior, que usava o nome artístico Renato Russo e era líder de umas das melhores bandas (e, na minha opinião, a melhor banda) de pop rock nacional, Legião Urbana!

Na verdade, eu nem sei por onde começar a falar de Legião Urbana e de Renato Russo.  Porque eu sou mesmo uma legítima legionária! Pode parecer clichê, mas a música que me fez gostar da banda foi “Pais e Filhos”. Essa música me fez refletir tanto sobre a vida, sobre mim, sobre o mundo... Percebia que, por vezes, as palavras que saíam da boca daquele cantor de voz grave vinham diretamente do meu coração! Eu tinha 10 anos na época e, sentada no balanço que meu pai tinha feito para mim no quintal de casa, eu ouvia Legião Urbana.


De lá para cá eu nunca me cansei de escutar. Foi assim que conheci todas as músicas da Legião e, em muitas das poesias de Renato, ainda me encontro. Ainda gosto de refletir sobre suas palavras. Cada momento de minha vida, cada angústia de meu ser, cada indignação da minha alma, podem ser encontrados nos versos da Legião. Uma vez um grande amigo me perguntou se eu gostava de todas as músicas da banda, pois ele acha que é desnecessário e acha até algumas músicas chatas. Mas eu digo, sim, Di, umas mais, outras menos, mas eu gosto de todas as letras de Renato Russo. São palavras não ditas pelos meus lábios, mas gritadas por minha alma.

Renato Russo foi uma pessoa de tal grandiosidade que os quinze anos de sua morte não conseguem minimizar seu tamanho e seu legado para a música brasileira. Legião Urbana começou em 1982, depois de Renato ter se desentendido com os integrantes de sua antiga banda, Aborto Elétrico, e ter passado um tempo em carreira solo, período em que se auto-intitulou Trovador Solitário.

Sempre com bastantes influências de bandas inglesas como The Smiths e The Cure, a banda inicia com uma pegada punk e letras com temáticas sociais. O Russo é uma referência a Rousseau, um dos principais filósofos do Iluminismo e precursor do Romantismo. E era isso mesmo que Renato era: um pensador! Legião Urbana não se destacou por arranjos difíceis ou solos complicados. Pelo contrário, seu instrumental era altamente simples, quase sempre o mesmo. Os outros integrantes até questionavam Renato por não ousar. Mas ele não se importava!  

O que sempre foi mesmo marcante foram as letras! Renato dizia que ele escrevia sobre sua vida, mas queria que as pessoas se identificassem. Eu acredito muito que ele tenha conseguido. Eu sou uma das pessoas que se identificam. Mesmo as letras mais tristes, até meio depressivas, parecem com nossos momentos de angústia. Renato Russo falou o que a juventude punk brasiliense queria falar e, assim, externou o que os jovens brasileiros do início da década de 80 até os dias de hoje querem gritar! 

Em 1996, a banda Legião Urbana se desfaz por conta da morte prematura de Renato Russo, vítima de uma vida de excessos que o levou a outro plano, com apenas 36 anos de idade. Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, que junto com Renato formaram o trio que marcou a banda, disseram que não existe pretensão de uma nova formação, pois seu vocalista é insubstituível!

Mas é desnecessário que Dado e Bonfá falem isso! Todos sabemos: Renato Russo é, definitivamente, inigualável!

URBANA LEGIO OMNIA VINCIT!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Momento Poesia!



Tarde demais

Trarei a tarde
E um pouco do teu sorriso
Para que me façam companhia
E quem sabe, eu sorria contigo...

Trarei, à tarde,
O teu doce e sutil abraço
Lugar onde me sinto tão bem
Pois é quando me sinto ao teu lado!

E ao cair da tarde
Estarão em meus sonhos
Teus cálidos sorriso e abraço...
A utopia é o lugar onde os encontro!

E depois da tarde
Quando a escuridão me envolver
Entenderei por hoje e mais esta vez
A intransponibilidade entre mim e você...


sábado, 10 de setembro de 2011

Proseando...


O sonhador

     Ele caminha sobre as nuvens, navega pelas ondas do ar e realmente acredita que o mundo pode sempre melhorar, pois seu coração é uma criança que segue sempre a trilha infinita dos sonhos. Ele sonha por mim, por você, por todos... Quase nunca por ele! Anda pelas ruas procurando, a cada ladrilho, como pode contribuir para que o caminho seja melhor. Olha nos olhos de todos procurando o que falta para sermos realmente felizes.
     Às vezes e, quem sabe, mais do que às vezes, o mundo não é fácil...  Às vezes a vida coloca mais obstáculos do que achávamos possível transpor. Mas não para o sonhador! Para ele tudo é possível de se realizar! Ele se apega a cada segundo do tiquetaquear da vida. Apega-se a cada fio de cabelo do vento, acreditando que a caminho é sempre para frente, nunca para trás....
     E se hoje fosse o seu aniversário e a vida lhe desse de presente a realização de todos os seus sonhos? Ele ficaria radiante! Porém ele, mais do que ninguém, é sabedor que os sonhos nem têm tamanho, nem quantidade. E que a felicidade de todos passa por tantos caminhos que talvez ele nunca consiga atravessar, mas que gosta de ter a certeza que realmente tentou. E que um sonho realizado pode levar a muitos outros. E que o percurso dos sonhos realmente não tem fim!
     E se ele fosse pequenino, fofinho e de cabelos cacheados, seria ele um anjo? Estaria ele de asas quebradas a vagar por este chão de incertezas? E se ele fosse um diamante? Estaria ele perdido na injustiça do mundo? E se ele fosse um camaleão? Estaria ele preso nas paredes de falsidade  da humanidade? E se ele fosse um homem? Estaria ele sufocado pela falta de reconhecimento que a vida tem com os bons? Apenas de uma coisa tenho certeza: talvez não anjo, talvez nem homem, mas, de certo e para sempre, sonhador!