terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Momento Poesia!

Irreparável

É o que sou... Assim sou eu...
Vaso de porcelana quebrado
Com um pedaço que se perdeu
E que não pode ser remendado!

Não cabe a você me consertar.
A parte que falta perdeu-se no mundo
Em lugar onde você jamais encontrará
Em meio a lágrimas e dissabores profundos

Basta somente que me queira em sua casa
Este desfigurado e incompleto enfeite
Preenchido por vários pedaços de nada...

Este vazio que somente eu compreendo
Deixe de tentar entender, apenas aceite
Um vaso quebrado em sua mesa de centro!

domingo, 25 de agosto de 2013

Proseando...


Insone, insana



            Ao terminar as páginas do livro que havia pegado despretensiosamente para ler naquela noite, ela se surpreendeu com as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. A personagem principal morrera e ela assustou-se por ter se identificado tanto... 


                       Há tempos não lia, apesar de gostar muito. E, naquela noite, ela escolheu aquele livro que lhe trouxe aquela sensação. Não é raro que pessoas identifiquem-se com livros e com as personagens trazidas por eles. Mas o que fez com que ela se identificasse com este em particular não tinha sido a vida da personagem e sim a sua morte. A figura fictícia havia se suicidado!

                       As lágrimas que lhe molharam o rosto eram de solidariedade porque, há muito, ela compreende os suicidas. Ela sabe que não há medida para a dor e que há dores tão insuportáveis que o único pensamento sobressalente é extirpar o tormento impetuoso. A vida que se vai junto é mera consequência.

                     Algumas pessoas não percebem, mas um arranhão para uns pode ferir fatalmente outros. E, há tempos, ela percebeu que suas dores eram maiores. Não porque seus problemas eram únicos, mas simplesmente porque ela os sentia com uma intensidade superior. Seu corpo se tornava supérfluo, tornando-o suscetível a qualquer violência. Qualquer flagelo era possível e aceitável para mudar o foco da dor.

                    Nem todos entendem isso. Mas ela sim, e por isso tamanha identificação com a personagem que tirou sua própria vida. Porque ela não mais julgava os suicidas. Não mais desde que os remédios que sempre usou para acalmar seus nervos tornaram-se demasiadamente sedutores. E se ela tomasse toda a cartela, de um por um, e fosse dormir? Dormiria para sempre? Ela só queria dormir... Para sempre!
          
                   Talvez ela não devesse ter lido naquela noite! Mas o problema não estava no livro, tampouco em sua personagem. A este tempo, as lágrimas já haviam secado. Ela ignorou o livro, ignorou seus remédios, ignorou sua dor pungente e preparou-se para dormir. Mas não dormiria para sempre. Não esta noite.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Proseando!

Lua (s)

      A lua, apesar de ser só uma, divide-se, admiravelmente, em quatro! Quatro partes diferentes de uma coisa só. Um só ser em quatro fases, quatro vidas.

        Há a lua minguante. Fininha e magrinha. Que, a princípio, pode parecer simples demais e talvez sem encantos, mas ela possui uma beleza ímpar que só é percebida se você analisá-la mais atentamente. Permita-se olhar para ela e veja o que os outros não veem. Perceba que ela é sensível, que ela pode ouvir seus lamentos e que está sempre sorrindo. Mesmo que seja aquele sorriso fininho e malicioso, o que importa é que ele está sempre lá!

     Há a lua crescente. É uma lua cheia de incertezas, que não tem consciência de sua própria beleza e se sente insegura por não ter uma forma certa. Ora se sente pequena demais diante da noite e busca incessantemente ser maior do que é; e ora se sente de um tamanho que não se adequa ao mundo e tem vontade de sumir. Mas, no meio da confusão que seus vários tamanhos lhe causam, ela mantém o constante sorriso por entre as noites.

        Há a lua cheia. Esta certamente é a mais majestosa de todas. É de uma beleza imensurável capaz de tornar tudo o que toca mais bonito do que é. Quando aparece, todos os olhares voltam-se para ela sem que ela os solicite, simplesmente por ela ser como é. E apesar de ela ser assim tão grande e tão admirável, é de uma simplicidade maior ainda. É a lua mais bela e mais iluminada e é a inspiração para todos que estão ao alcance de sua luz.

     Por último, mas não menos importante, há a lua nova. É uma lua completa, perfeita. Tão maravilhosa quanto qualquer outra, mas que por algum motivo está encoberta. Todos sabemos que ela pertence à noite, pertence às luas, mas não a vemos. Não sabemos ao certo o seu paradeiro, se pretende ficar ou pretende ir. Mas ainda a sentimos aqui e, quando olhamos para a noite, sempre desejamos que ela, com o restante das luas, permaneça.

       Mas o fato é que, estejam juntas ou separadas, as luas são uma coisa só. Vagueiam por entre as noites sempre de mãos dadas e seguindo o caminho rumo ao infinito, sempre juntas. Porque são quatro luas em uma. Quatro almas em um só ser. Quatro vidas em um só coração. 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Momento Poesia!


Meu todo, minha parte... Luarte....

Minhas mãos sempre buscam as tuas
Porque gosto de senti-las entrelaçadas
Porque me sinto plena ao teu lado...
Tu és o abraço acolhedor que busco
Para me proteger das dores do mundo
E de minha própria solidão!
Tu és meu afago e meu ombro amigo
Minha alma gêmea e meu amor
És a outra metade do meu sorriso
Que simplemente não existe sem ti
És, de todas as horas, o companheiro
És meu guindaste e meu esteio
Minha alma e meu coração!
Agradeço-te por estar aqui
Por cuidar tão bem de mim
E se fazer sempre presente...
Somente peço que nunca te vás
Porque te preciso cada vez mais
Porque te amo infinitamente!



Para Etnan Luarte

       A este homem, que já foi o meu bebê!  E com quem às vezes sou chata, impaciente e exigente! Mas que admiro, respeito e amo, acima de tudo. Porque ele é a pessoa que está ao meu lado seeeempre! É a pessoa com quem divido minhas idelogias; que ouve minhas loucuras e participa da maioria delas; que perde horas a fio assistindo filmes e séries comigo; que está presente em muitos do meus micos; que me segura quando tropeço (literalmente); que me acompanha em minhas caminhadas eternas (sob sol, lua ou chuva). É ele que me faz raiva em minha crises de perfeccionismo; que me acalma em minhas crises de raiva (é o único que consegue!); que me faz sorrir em minhas crises de solidão; que segura a minha mão em minhas crises de dor de cabeça; que me abraça forte e seca as minhas lágrimas em minhas crises de tristeza. 

      Obrigada por tudo isso e muito mais. Desejo que seja melhor a cada dia, melhor do que eu sou hoje e melhor do que você foi ontem! Amo você eternamente. Meu amigo, meu irmão, meu amor!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Urban Legio Omnia Vincit


     E o que a Legião Urbana mais vence, sem dúvidas, é o tempo! Atravessa gerações e continua tão atual... O que, em parte, é preocupante pois suas letras falam de uma busca por melhores valores humanos e por um país melhor, e sabemos que mesmo depois de 16 anos da morte de Renato Russo, este mundo que ele idealizava ainda não existe. Entretanto, suas canções ainda são sentidas e ainda saem das bocas de seus fãs com o mesmo ar de insatisfação ao sistema que havia há mais de 20 anos atrás, quando Legião emplacou.

    E é exatamente neste ponto em que termina a cinebiografia Somos Tão Jovens, tão aguardada pelos fãs. Fato este que pude constatar com a sala de cinema lotada de pessoas que acompanhavam as músicas quando cantadas na tela e que aplaudiram calorosamente ao final da história.
Este filme tinha uma missão difícil para comigo já que precisava agradar a crítica de cinema(metida à) e a legionária (convicta)! E, para a minha felicidade, a obra conquistou os dois lados do meu coração. Rs.

    A cinebiografia de 2013, do diretor Carlos Antonio da Fontoura busca ser correta sem entrar muito a fundo em questões pesadas como drogas e a revolta juvenil dos tempos da Ditadura Militar. Traz a juventude de Renato Manfredini Junior e sua busca em entender o mundo à sua maneira, não neglicenciado o lado temperamental, egoísta e até um pouco infantil, mas com uma prepotência de alguém que sabia exatamente seu caminho e que mais tarde seria o ícone Renato Russo. A película mostra mais o lado músico, evidenciando prospositadamente o mito.

   Como pontos negativos, poderia destacar a inserção desnecessária de trechos das canções em meios aos diálogos do filme; uma forçação de barra de uma prematura idolatria ao cantor; e umas interpretações meio forçadas demais para os músicos Fê Lemos (por Bruno Torres) e André Pretorius (por Sérgio Dalcin). E para pontos positivos, gostei de como foi bem utilizada a câmera nervosa, os planos sequências e o foco que, por vezes, perdia-se no quadro em busca de qual imagem iria se direcionar – acho que tudo isso mostra bem a inquietação tão evidente de Renato Russo; e a excelente interpretação de Thiago Mendonça que assumiu a caracterização, a personalidade, o timbre e os trejeitos de Renato Russo de maneira surpreendente.

    Para o meu lado fã, Somos tão Jovens agrada bastante. Senti muito pela película não ter mostrado a imensurável importância e todo o significado que este artista tem para a música brasileira, mas não era mesmo isto a que o filme se propunha. Até porque esta parte da Legião Urbana – o auge, o sucesso - todos nós conhecemos. E se eu for realmente sincera é possível que nenhum filme me satisfizesse de fato, e sempre sairia da sessão com a sensação de que algum fato importante não foi mencionado.

    E também como fã, não poderia deixar de parabanizar o trabalho do Thiago Mendonça. Por vezes, vendo-o em cena, tinha a impressão de estar vendo uma entrevista antiga de Renato Russo! Então realmente indico o filme. É agradável, correto e poético. Tem várias músicas cantadas quase que íntegra e vai servir, basicamente, para você reviver (e visualizar) histórias conhecidas ou descobrir umas outras mais. É um filme para fãs, não criará novos legionários, mas mesmo que você não seja fã, você não pode ignorar a existênci a deste que sem dúvidas é um dos maiores letristas da música brasileira!



   E antes de terminar essa matéria (que já está enorme rs) não posso deixar de dizer que também estive no show de tributo à Legião Urbana, ocorrido neste fim de semana (04/05/13). Ocorreu no Biroska e contou com a participação da banda Além do Rádio. Confesso que fiquei muito feliz com o trabalho dos rapazes. Não conhecia a banda mas passei a admirar. Músicos excelentes que buscavam levar o som da Legião o mais próximo do original e essa preocupação com não descaractização dos hits é super bacana para os fãs que (como eu) acompanhavam aos gritos cada canção!

   Houve a participação de outros cantores que contribuíram ainda mais para o show. Outro ponto que achei bacana da banda e que, inclusive, foi algo que o vocalista destacou, foi evidenciar o lado B, pois, caso você não conheça de fato Legião Urbana, ela é muito mais do que Pais e Filhos e Será. Há muitas músicas lindas e extraórdinárias da banda que são pouco conhecidas ou valorizas. E trazer essa outra faceta é muito bom para que os fãs possam ouvir e cantar todas as músicas que gostam.

   E para finalizar – agora é verdade, rsrs – queria parabenizar meu amigo legionário Geison Castro que além de ter contribuído com o que pôde para este evento , inclusive com muito de sua voz, conseguiu uma promoção super bacana para o fã-clube. Estou torcendo muito para que o Tributo de outubro dê 100% certo, heim ;)

   Agora sim! Overdose de Legião a todos e sigamos em frente porque “não temos tempo a perder!”

   












quinta-feira, 21 de março de 2013

Momento poesia!


Indagação

Qual o remédio para a solidão?
A companhia de quem te ignora?
De quem de ti não faz questão?
De quem te deixa do lado de fora?
Ou afugentar-se na escuridão?
Deixar o silêncio te levar embora?
Será que assim preencheria o vão?
Observar sozinho o passar da hora?
Talvez deixar esvair o chão?
Mas, e se o escuro só piora?
Será mesmo essa a solução?
Talvez não... Mas quem se importa? 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Um loop no tempo!


Depois de muuuito tempo sem escrever, ao que peço desculpas aos meus possíveis (e improváveis?) fãs, consegui enfim voltar meus pensamentos ao meu já solitário blog, ao que peço desculpas a ele também! Bom... Desculpas solicitadas, posso começar a divagar novamente. E desta vez, depois de algum tempo sem este assunto por aqui, falarei novamente sobre cinema.


Felizmente tenho visto muitos filmes, e tenho gostado de vários. Mas escrever sobre todos é cansativo e nem sempre atrativo. Mas quando assisti este filme, pensei que ele valeria uma matéria em meu blog e cá está!! E o selecionado para ter esta honra (só porque eu acho! rs) chama-se Looper.               


Looper ganhou um subtítulo para a versão brasileira que, mais uma vez, achei desnecessário! Portanto, no Brasil, o nome completo do filme é Looper – Assassinos do Futuro. E eis porque esta produção ganha destaque em meu blog: por roteirizar o tão fértil e cheio de possibilidades campo do espaço-tempo que é, particularmente, um fascínio meu e que, inclusive, já havia falado anteriormente (vide matéria sobre Dejà Vu).

Looper (2012) tem a direção de Rian Johnson, diretor nada conhecido atrás de somente duas películas: A Ponta de um Crime (2005) e Vigaristas (2008), que realmente não emplacaram. Mas tenho que falar que ele fez milagre com um orçamento apertadíssimo (US$ 60 milhões) e um roteiro bastante ousado. Por isso, os efeitos especiais são escassos e algumas partes da exequibilidade da viagem no tempo não são aprofundadas. Mas ainda assim, acho mesmo a história interessante e indico o filme. 

Em um futuro não muito distante, os mafiosos dominam a tecnologia da viagem no tempo. Entretanto, como é quase impossível, em sua época, livrar-se das acusações de um homicídio, eles enviam as vítimas para o passado, onde elas ainda não existem, para serem executadas por assassinos selecionados pela própria máfia, chamados de loopers. Acontece que quando o mafioso do futuro quer sumir com todas as provas de seus crimes, ele procura o looper no futuro e o envia de volta para que seja exterminado por ele mesmo, no passado. É quando acontece o loop, ou seja, quando o ciclo se fecha!

E é o que ocorre com Joe (Joseph Gordon-Levitt) que se depara com a situação de ter que matar a si mesmo 30 anos mais velho. O problema é que seu eu do futuro, que não é ninguém mais e ninguém menos do que Bruce Willis, não vai se deixar matar assim tão facilmente e é onde se desenrola toda a trama: Joe do presente quer matar seu eu futuro para ganhar uma boa grana e viver a vida que ainda lhe resta e Joe do futuro quer se vingar dos mafiosos que mataram a sua esposa e o enviaram de volta, sem poder matar o eu presente senão ele também não sobrevive! 

Pelo meio, há boas cenas de ação que envolvem até pequenos planadores e alguma telecinésia e a confusão que ocorre na cabeça de uma pessoa que está seguindo duas linhas de tempo-espaço ao mesmo momento. Confuso? Não como parece!


Bom... Espero ter colocado um pouquinho de curiosidade na cabeça de vocês! E falando em fatos curiosos, lembrei que logo de cara, achei o rosto de Gordon-Levitt muito estranho e simplesmente não conseguia entender. Depois soube que ele está em baixo de uma forte maquiagem para que seus traços se aproximassem o máximo possível de Willis, além das lentes azuis que usa. Então, você certamente terá essa impressão e vai estranhar no início, mas depois se acostuma. 
                                 
Bom, então aí está a minha dica! Não é um filme arrasta-quarteirão, ou extremamente surpreendente. Mas leva a narrativa complicada numa boa, sem aqueles momentos de explicações enormes de teorias maiores ainda. Tem também o excelente trabalho dos atores. Tem Bruce Willis, destaque meu porque eu sou fanzoca dele mesmo! Tem uma participação muito boa de Jeff Daniels, que fica super bem no papel do vilão.  Tem também um show de interpretação de Pierce Gangnon que, com apenas sete anos de idade, recebe um papel dificílimo, que mescla a inocência infantil com uma brutalidade extrema, muito bem executado. E tem viagem no tempo, que é interessante por si só e por mim, já valeria o risco! Que tal arriscar também?!