quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Momento poesia!


Sem ti

Quando avistei ao longe a tua voz
Teu olhar esvoaçou o meu cabelo
E quase sinto o sabor do teu cheiro.
Fez com que eu me lembrasse do amanhã
Ao sentir o ontem passando diante de mim!
Parei então no outrora e refleti...
Pensei em como seríamos nós
Se os nós não estivessem cegos
E os olhos estivessem abertos.
Mas há somente ausência de luz
E uma inexorável distância de ti!
E seguindo pelo caminho do breu
Tateio o escuro para alcançar o teu olhar
Talvez até abraçar o beijo teu...
Mas é onde os sentidos se perdem
Justo nesta escuridão!
E na procura de um sentido qualquer
Pergunto-me se busco em vão!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Momento Poesia!


Máscaras

Seremos sempre dois, no final das contas!
Aquele que aparece e que todos veem
E aquele que realmente somos...
Porque o sorriso é máscara perfeita
Do pranto que atravessa as veias,
Sem deixar que ninguém perceba
Que, de fato, a escuridão é a companhia.
E por vezes (várias vezes), no fim do dia,
O medo grita no silêncio da noite...
Talvez uma lágrima ultrapasse seu limite,
Externe-se e role por entre o disfarce
Mas o riso corrompido a engolirá
Assim como foi antes e como será depois.
Porque no final de tudo, no final das contas,
Seremos sempre dois...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Em demasia procurei por vestígios de ti...
Mas de nada adiantou meu lamento
Porque hoje, do início ao fim,
Tua voz teve som de silêncio!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Proseando...


  Reencontro


   “Sinto sua falta...”, foi o que ela disse, com esforço. Seus olhos mal se levantavam, não o fixavam diretamente. Suas mãos tremiam, assim como seu coração. E ele respondeu rapidamente: “Eu estou aqui!”. Mas também não conseguiu fitá-la. Suas palavras foram ditas em sussurro, mas havia uma urgência tamanha em sua voz, que se aproximava ao desespero.

    E eles faziam tanta falta um para o outro, mas o que eles não entendiam era em que momento se distanciaram se era tão nítido em suas palavras a necessidade de estarem juntos. E cada um refez em seus pensamentos a trajetória de tudo o que acontecera até ali. Não houve, entretanto, uma resposta certa para esta questão.

   Mas era certo que isso ocorrera. Uma parede foi tomando forma entre os dois. Talvez um pudesse pôr a responsabilidade no outro, ou a culpa poderia ser de nenhum dos dois... Ou de ambos! As conversas foram ficando escassas e levaram consigo os sorrisos e os abraços. A cumplicidade que outrora houvera agora era quase um incômodo de não saber agir na presença do outro...

    Talvez não saber agir não seja o termo correto. De fato, eles sabiam o que queriam: queriam um ao outro, queriam abraço demorado, acolhimento sincero, mãos entrelaçadas e comentários bobos (ou intelectualizados) sobre os acontecimentos da vida. Da vida dos dois, da vida de cada um, da vida de qualquer um...

   O fato era que ambos guardavam esses pensamentos em seus respectivos corações. Bloquearem isso dentro de si mesmos e por mais que suas almas gritassem uma pela outra, era o silêncio que reinava pelos cômodos da casa.

    Houve, porém, este dia! O dia em que a angústia, há tanto sufocada, alcançou a superfície. E a dor resolveu falar mas, tão angustiada estava, externou-se em forma de sussurros. Até porque era difícil para eles viver esse momento. Ela era orgulhosa e nunca gostou de expor suas dores e ele, irritadiço e sempre muito certo de suas opiniões.

    Mas houve, enfim, esta ocasião em que os olhos estavam voltados para o chão e cada boca pronunciou apenas três palavras:
- Sinto sua falta...
- Eu estou aqui!

   E nada mais precisava ser dito! Entretanto, as lágrimas cuidaram de continuar este diálogo mudo, tão bem compreendido por ambos. As mãos se tocaram e ele a puxou para seus braços, para seu colo. Ela, por sua vez, encostou suavemente a cabeça nos ombros dele - lugar que há tanto buscava.

  Depois de algum tempo imóvel, ela sorriu. Sentiu-se feliz novamente. Sentiu-se aquecida, acolhida, amada! E ele sentiu o abraço que tanto havia esperado, que tanto havia pedido em silêncio. E seus corações pulsavam em um mesmo ritmo acelerado! E suas mãos, que acariciavam um ao outro diziam que em nenhum momento eles haviam deixado de se amar.

   Ela, então, aconchegou-se no colo dele, fechou os olhos, e lá ficou. De alguma maneira ela sabia que tudo iria melhorar e teve certeza, novamente, de que o amor que existia entre eles duraria para sempre.

domingo, 3 de junho de 2012

Proseando...


Solidão

Estou sozinha em meu quarto. É nesse momento que os pensamentos, principalmente os mais longínquos - aqueles que mantenho guardado bem no fundo da alma -, aproximam-se. E eles vêm e me cercam, e eles acabam por ser a minha companhia, minha única companhia. E como eles soam alto e claro no silêncio, e como ressoam nas paredes do cômodo que acomoda a minha alma!


 E penso no que sou, mas principalmente no que não sou; e penso no que fiz, mas muito mais do que eu gostaria de fazer; e penso no que me espera, mas será mesmo que algo me espera? Como seria se tudo fosse um pouco mais fácil? Como seria esse o amanhã fosse um pouco mais claro? Como seria se a solidão estivesse um pouco mais além?


E percebo que nada tenho na verdade, nada que eu possa, de fato, chamar de meu! Não aqui, não neste lugar... Onde então? Busco pelo local onde eu tenha mais do que a incerteza do amanhã. Que a madrugada acabará e eu o dia nascerá, isso não posso negar... Resta saber quando, afinal, o sol brilhará para mim!




Mas não, por enquanto. Por ora, somente o silêncio da noite e a companhia da solidão. De vez em quando uma ou outra lágrima e um acalanto do vazio. Estou deitada na escuridão... E dos pensamentos que vieram esta noite me visitar e deitar minha cabeça no travesseiro das dúvidas, uma única certeza: a de que estou sozinha em meu quarto.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Momento Poesia!


Saudosamente

Quando a saudade dói na gente
Incomoda que nem dor de dente
E fica cutucando nervosamente
O meu pobre coração carente
Que já não está mais contente
Pois sabe que tu estás ausente...
E ele chora silenciosamente
Sentindo esta dor latente
Que só sabe mesmo quem sente!
E essa saudade urgente
Mexe com o corpo e com a mente
Deixando o coração doente...
Mas ele é forte e valente
E, meio que de repente,
Vai seguindo imprudente
Não um caminho somente!
Seja em baixo de sol quente
Ou seguindo a estrela cadente
Seja no oriente ou no ocidente
Ele busca esse presente
De te encontrar repentinamente
Aqui, ou mais ali à frente.
E te ter perto, junto, rente...
Agora e eternamente!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Momento Poesia!


Inacabado...

Eu me olhei no espelho
E percebi que algo faltava
Talvez uma parte de tudo...
Talvez toda parte de nada...
Uma imagem quase ausente
Tentando ser coerente
Por entre a figura borrada
Feita com traços de rascunho
Que busca ser profundo
Ou, ao menos, temporada!
Quem sabe menos perdido
Que uma sombra noite à dentro
Ou talvez algo mais nítido
Que pegadas em mar turbulento
Ou, ainda, com mais sentido
Do que uma história escrita no vento!
E eu me olhei no espelho
E vi nada mais que um borrão
Contornos quebrados e linhas confusas
Onde tudo é nada e nada é certo.
Apenas uma imagem difusa
Sem início e sem fim
Simplesmente incompleto...
Que espanto para mim,
Olhar no espelho e descobrir
Que sou apenas o reflexo!

domingo, 18 de março de 2012

Proseando...

Meu dezesseis de março

É incrível com as coisas são relativas! Uma noite estrelada pode ser somente uma noite, como tantas outras noites, afinal, as estrelas estão sempre lá! Então, para quê se importar? Entretanto, esta mesma noite, pode ser a mais bela de todas: cheia de brilhos, repleta de constelações e, quem sabe, algum pedido riscando o céu. Simplesmente perfeita! Tudo dependerá de como olhará para o horizonte. O tudo e o nada podem ser uma coisa só, depende de que significado você considera melhor!

Eu tinha certeza que neste décimo sexto dia do mês de março do ano de dois mil e doze, nada ocorreria! Apesar de ser uma data importante, eu havia tido tantas frustrações, tanto havia se perdido que eu simplesmente esperava por um dia comum... Esperava pelo mesmo céu, pelas mesmas estrelas... Esperava por nada! 

Mas o dia começou com uma madrugada tão agradável e tenra. Tenho certeza que dormi com um anjo! Que ele me envolveu com seus braços macios, e que, dos sonhos, afastou pesadelos e, da noite, fez dela aconchego. E segui, confortavelmente pela madrugada-manhã até ser acordada com a casa pegando fogo! Labaredas de carinho em forma de pães, biscoitos e sucos aqueceram meu coração logo cedinho. Meu pai fez questão de fazer-me esta pequena surpresa para iniciar nosso dia com mais leveza. E foi entre sorrisos, guloseimas e abraços que se iniciou o meu dia dezesseis de março.

Durante a tarde, mais um agradável acontecimento: carinho em forma e gosto de chocolate vindo de pessoas que fazem parte da minha vida há tão pouco tempo, mas que fizeram questão de presentear-me dessa maneira deliciosa e que me aumentaram mais meu contentamento! Até uma boa dose de águas de março resfriando o fim da tarde me deixaram mais plena, mais à vontade! A chuva, que serve para a alma ser lavada, não precisou lavar a minha, não neste dia... Mas lavou, ao menos, a calçada!

E a noite chegou! E entre uma robadela de salgadinhos aqui e ali de um coquetel alheio – que raiava beleza em sua recepção – tive a felicidade de ter duas belíssimas músicas dedicadas a mim. Seja em voz e violão, tal qual serenata à la Shakespeare, seja nas cordas de um violoncelo, francamente belo, as homenagens foram lindas, marcaram também o dia, este momento singelo.

E por fim, para completar a emoção, minha amada mãe organizou uma pequena festa surpresa, em comemoração! Enganou-me até o último momento. Sequer passavam em meus pensamentos, comidas, convidados, presentes ou toda a música e fervor. Havia um pouco de muito. Havia um muito de amor! Ela disse que eu merecia, que eu era a razão! E entre muitos sorrisos, algumas lágrimas, afinal, em março sempre há águas... Por vezes, elas vêm do coração!

Fui dormir sabendo que, no fim, meu nada se transformou em tudo! Olhei, enfim, o céu com outra percepção. Os olhos foram os mesmos, mas o olhar, não! Este foi mais denso e profundo... E no dia em que pensei que ficaria em terra, em meio à poeira, enxerguei o horizonte de outra maneira... Pude alcançar às estrelas!


P.s.: Em homenagem a todos que fizeram o meu aniversário ser tão especial. Obrigada pelo carinho de vocês! Cada um tem um espaço reservado em meu coração!

sábado, 3 de março de 2012

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Esse monstro pode matar.... de rir!


O Mostro (IlMostro, 1994) é um filme que vi na minha infância, trazido até mim por meu pai, e que eu há muito estava à procura para revê-lo. Eu lembrava de pouco, mas o suficiente para saber que realmente era um excelente filme, afinal, não se pode esperar menos do gênio Roberto Benigni!

Sim, eu o considero um gênio! Porque é incrível como ele consegue transformar uma película em algo leve, inebriante. Para quem ainda não sabe de quem estou falando, refiro-me ao artista italiano por trás de ‘A Vida é Bela’ (La Vita è Bella; 1997), filme ganhador de dois Oscar. A título de curiosidade, Benigni é o primeiro ator a ganhar um Oscar por um filme não falado em inglês, e juntamente a Laurence Olivier, são os únicos a ganhar sendo dirigidos por eles mesmos.

Confesso que, assistindo a cerimônia do Oscar de 1999 e, como brasileira, torcendo veementemente por Central do Brasil (Salles; 1998) - que é mesmo um excelente filme e, em minha opinião, um divisor de águas para o cinema brasileiro -, fiquei ultra chateada por ter perdido a estatueta, na categoria de melhor filme estrangeiro, por este “tal de A Vida é Bela”. Principalmente porque, para mim, o Oscar nunca havia estado tão próximo das terrinhas verde e amarelo. Achava que com o trabalho que havíamos levado, este seria o ano!

Mordi minha língua quando vi ao filme! E, Walter Salles que me perdoe, não tinha possibilidade. Não concorrendo com esta obra-prima que tira sorrisos e lágrimas de seus telespectadores. Um assunto tão sério tratado com tanta sutileza e delicadeza que é impossível não se admirar. ‘A Vida é Bela’ está, para mim, em meu top 10 dos melhores filmes! E mais uma curiosidade sobre Benigni: seu pai, que era carpinteiro, foi uma das vítimas dos campos de concentração nazistas. Talvez por isso (ou não necessariamente) tanto cuidado a respeito deste tema.

Mas estou aqui para falar de ‘O Monstro’. Este filme é uma comédia (porto seguro de Benigni) das quais são se faz mais hoje em dia! Escrita, dirigida e encenada por ele, conta a história de Loris, um pintor de letreiros que vive em uma terrível situação financeira e acaba se especializando no calote! (rs). Acontece que, devido a uma polícia atrapalhada e um psiquiatra forense totalmente excêntrico, ele acaba sendo o principal suspeito de ser um serial-killer que tem aterrorizado as redondezas, abusando sexualmente e matando violentamente uma grande quantidade de mulheres nos últimos anos. A policial Jessica (Nicoletta Braschi) é incumbida de, à paisana, investigar todos os passos de Loris e adquirir provas para efetuar tão esperada prisão.

Uma última curiosidade: Nicoletta é esposa de Benigni e, como sua musa inspiradora, é a atriz principal de várias de suas películas. Inclusive as duas que foram mencionadas neste texto. (Ele é mesmo um romântico reminiscente, em todas as suas paixões... Rs.)

Você, com certeza, dará boas (e muitas) gargalhadas das situações que Loris passa! Primeiro com sua vida de trambiques sempre fugindo de seus credores das maneiras mais inusitadas, e depois pelos maus entendidos que ele passa como suspeito dos crimes, principalmente por ser altamente atrapalhado e um tanto quanto desligado. É um filme recomendadíssimo por mim! Ótimo para um domingo á tarde com toda a família. Faço apenas um alerta: as piadas e situações do filme têm um caráter um pouco sexual (afinal, ele é tratado como um estuprador!). Mas sempre com a sutileza que Benigni é capaz. Não chega nem perto dessas comédias como ‘Todo Mundo em Pânico’... Muito mais próximo do estilo, da leveza, de genialidade do majestoso Chaplin!

"Jessica... Vai ter chapéu!". Cena hilária!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

MOMENTO POESIA!

Meu sonho que é você

Navegando pelas ondas da utopia
Entre sonhos de ter e sonhos de ser
E entre tudo mais o que gostaria
Sonhei e sonho com você!

O meu sonhar não tem medida
Nem momento e nem lugar
Mas há tempos você o habita
Fez dos meus sonhos o seu lar.

Em meus sonhos sinto-lhe intensamente
E desejo que sua presença latente
Dure não mais do que para sempre...

Sei que não o possuo na verdade...
Mas, mesmo que seja em parte,
Você é o meu sonho-realidade!