O Mostro (IlMostro, 1994) é um filme que vi na minha infância, trazido até mim por meu pai, e que eu há muito estava à procura para revê-lo. Eu lembrava de pouco, mas o suficiente para saber que realmente era um excelente filme, afinal, não se pode esperar menos do gênio Roberto Benigni!
Sim, eu o considero um gênio! Porque é incrível como ele consegue transformar uma película em algo leve, inebriante. Para quem ainda não sabe de quem estou falando, refiro-me ao artista italiano por trás de ‘A Vida é Bela’ (La Vita è Bella; 1997), filme ganhador de dois Oscar. A título de curiosidade, Benigni é o primeiro ator a ganhar um Oscar por um filme não falado em inglês, e juntamente a Laurence Olivier, são os únicos a ganhar sendo dirigidos por eles mesmos.
Confesso que, assistindo a cerimônia do Oscar de 1999 e, como brasileira, torcendo veementemente por Central do Brasil (Salles; 1998) - que é mesmo um excelente filme e, em minha opinião, um divisor de águas para o cinema brasileiro -, fiquei ultra chateada por ter perdido a estatueta, na categoria de melhor filme estrangeiro, por este “tal de A Vida é Bela”. Principalmente porque, para mim, o Oscar nunca havia estado tão próximo das terrinhas verde e amarelo. Achava que com o trabalho que havíamos levado, este seria o ano!
Mordi minha língua quando vi ao filme! E, Walter Salles que me perdoe, não tinha possibilidade. Não concorrendo com esta obra-prima que tira sorrisos e lágrimas de seus telespectadores. Um assunto tão sério tratado com tanta sutileza e delicadeza que é impossível não se admirar. ‘A Vida é Bela’ está, para mim, em meu top 10 dos melhores filmes! E mais uma curiosidade sobre Benigni: seu pai, que era carpinteiro, foi uma das vítimas dos campos de concentração nazistas. Talvez por isso (ou não necessariamente) tanto cuidado a respeito deste tema.
Mas estou aqui para falar de ‘O Monstro’. Este filme é uma comédia (porto seguro de Benigni) das quais são se faz mais hoje em dia! Escrita, dirigida e encenada por ele, conta a história de Loris, um pintor de letreiros que vive em uma terrível situação financeira e acaba se especializando no calote! (rs). Acontece que, devido a uma polícia atrapalhada e um psiquiatra forense totalmente excêntrico, ele acaba sendo o principal suspeito de ser um serial-killer que tem aterrorizado as redondezas, abusando sexualmente e matando violentamente uma grande quantidade de mulheres nos últimos anos. A policial Jessica (Nicoletta Braschi) é incumbida de, à paisana, investigar todos os passos de Loris e adquirir provas para efetuar tão esperada prisão.
Uma última curiosidade: Nicoletta é esposa de Benigni e, como sua musa inspiradora, é a atriz principal de várias de suas películas. Inclusive as duas que foram mencionadas neste texto. (Ele é mesmo um romântico reminiscente, em todas as suas paixões... Rs.)
Você, com certeza, dará boas (e muitas) gargalhadas das situações que Loris passa! Primeiro com sua vida de trambiques sempre fugindo de seus credores das maneiras mais inusitadas, e depois pelos maus entendidos que ele passa como suspeito dos crimes, principalmente por ser altamente atrapalhado e um tanto quanto desligado. É um filme recomendadíssimo por mim! Ótimo para um domingo á tarde com toda a família. Faço apenas um alerta: as piadas e situações do filme têm um caráter um pouco sexual (afinal, ele é tratado como um estuprador!). Mas sempre com a sutileza que Benigni é capaz. Não chega nem perto dessas comédias como ‘Todo Mundo em Pânico’... Muito mais próximo do estilo, da leveza, de genialidade do majestoso Chaplin!
"Jessica... Vai ter chapéu!". Cena hilária! |
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