segunda-feira, 6 de maio de 2013

Urban Legio Omnia Vincit


     E o que a Legião Urbana mais vence, sem dúvidas, é o tempo! Atravessa gerações e continua tão atual... O que, em parte, é preocupante pois suas letras falam de uma busca por melhores valores humanos e por um país melhor, e sabemos que mesmo depois de 16 anos da morte de Renato Russo, este mundo que ele idealizava ainda não existe. Entretanto, suas canções ainda são sentidas e ainda saem das bocas de seus fãs com o mesmo ar de insatisfação ao sistema que havia há mais de 20 anos atrás, quando Legião emplacou.

    E é exatamente neste ponto em que termina a cinebiografia Somos Tão Jovens, tão aguardada pelos fãs. Fato este que pude constatar com a sala de cinema lotada de pessoas que acompanhavam as músicas quando cantadas na tela e que aplaudiram calorosamente ao final da história.
Este filme tinha uma missão difícil para comigo já que precisava agradar a crítica de cinema(metida à) e a legionária (convicta)! E, para a minha felicidade, a obra conquistou os dois lados do meu coração. Rs.

    A cinebiografia de 2013, do diretor Carlos Antonio da Fontoura busca ser correta sem entrar muito a fundo em questões pesadas como drogas e a revolta juvenil dos tempos da Ditadura Militar. Traz a juventude de Renato Manfredini Junior e sua busca em entender o mundo à sua maneira, não neglicenciado o lado temperamental, egoísta e até um pouco infantil, mas com uma prepotência de alguém que sabia exatamente seu caminho e que mais tarde seria o ícone Renato Russo. A película mostra mais o lado músico, evidenciando prospositadamente o mito.

   Como pontos negativos, poderia destacar a inserção desnecessária de trechos das canções em meios aos diálogos do filme; uma forçação de barra de uma prematura idolatria ao cantor; e umas interpretações meio forçadas demais para os músicos Fê Lemos (por Bruno Torres) e André Pretorius (por Sérgio Dalcin). E para pontos positivos, gostei de como foi bem utilizada a câmera nervosa, os planos sequências e o foco que, por vezes, perdia-se no quadro em busca de qual imagem iria se direcionar – acho que tudo isso mostra bem a inquietação tão evidente de Renato Russo; e a excelente interpretação de Thiago Mendonça que assumiu a caracterização, a personalidade, o timbre e os trejeitos de Renato Russo de maneira surpreendente.

    Para o meu lado fã, Somos tão Jovens agrada bastante. Senti muito pela película não ter mostrado a imensurável importância e todo o significado que este artista tem para a música brasileira, mas não era mesmo isto a que o filme se propunha. Até porque esta parte da Legião Urbana – o auge, o sucesso - todos nós conhecemos. E se eu for realmente sincera é possível que nenhum filme me satisfizesse de fato, e sempre sairia da sessão com a sensação de que algum fato importante não foi mencionado.

    E também como fã, não poderia deixar de parabanizar o trabalho do Thiago Mendonça. Por vezes, vendo-o em cena, tinha a impressão de estar vendo uma entrevista antiga de Renato Russo! Então realmente indico o filme. É agradável, correto e poético. Tem várias músicas cantadas quase que íntegra e vai servir, basicamente, para você reviver (e visualizar) histórias conhecidas ou descobrir umas outras mais. É um filme para fãs, não criará novos legionários, mas mesmo que você não seja fã, você não pode ignorar a existênci a deste que sem dúvidas é um dos maiores letristas da música brasileira!



   E antes de terminar essa matéria (que já está enorme rs) não posso deixar de dizer que também estive no show de tributo à Legião Urbana, ocorrido neste fim de semana (04/05/13). Ocorreu no Biroska e contou com a participação da banda Além do Rádio. Confesso que fiquei muito feliz com o trabalho dos rapazes. Não conhecia a banda mas passei a admirar. Músicos excelentes que buscavam levar o som da Legião o mais próximo do original e essa preocupação com não descaractização dos hits é super bacana para os fãs que (como eu) acompanhavam aos gritos cada canção!

   Houve a participação de outros cantores que contribuíram ainda mais para o show. Outro ponto que achei bacana da banda e que, inclusive, foi algo que o vocalista destacou, foi evidenciar o lado B, pois, caso você não conheça de fato Legião Urbana, ela é muito mais do que Pais e Filhos e Será. Há muitas músicas lindas e extraórdinárias da banda que são pouco conhecidas ou valorizas. E trazer essa outra faceta é muito bom para que os fãs possam ouvir e cantar todas as músicas que gostam.

   E para finalizar – agora é verdade, rsrs – queria parabenizar meu amigo legionário Geison Castro que além de ter contribuído com o que pôde para este evento , inclusive com muito de sua voz, conseguiu uma promoção super bacana para o fã-clube. Estou torcendo muito para que o Tributo de outubro dê 100% certo, heim ;)

   Agora sim! Overdose de Legião a todos e sigamos em frente porque “não temos tempo a perder!”